sábado, 16 de maio de 2009

DRUMMOND


Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem. A noite era quente e calma, e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha aparente indiferença,aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos.Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci.Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite.Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama, te esperar. Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo.Só assim, livrar-me-ei de ti, pernilongo Filho da Puta!!!!


Noite destas lembrei-me deste texto do Carlos Drummond de Andrade quando me vi às voltas com o tal inseto.

Recordei então da cara sacana dos meus alunos do Félix da Cunha, a quem mando um abraço por sinal, quando eu começei a escrever este texto na lousa para que eles fizessem uma análise. Todos eles, sem excessão, emitiram um ruído semelhante a AHÁ!

Claro que o palavrão no final, embora seja do próprio autor, causou uma certa reprovação das virgens beatas da aula (em toda a classe há uma ou uma dúzia delas) , santas e imaculadas que acharam que o tal termo havia saído da minha mente suja e depravada.

Não dei tratos à bola e segui aplicando o exercício sem me dar por achado.

No intervalo fui destacado para fazer uma "ronda" no pátio da escola a fim de evitar ao máximo possível que uma das imaculadas fosse mãmãe antes do tempo.

Enfim, como diria o Cleber "BAMBAM" "ISSO FAZ PARTE".

Voltaremos!