quinta-feira, 7 de maio de 2009

E O POVO QUE SE EXPLODA!


Pois é. Relembrei hoje o célebre bordão do Deputado Justo Veríssimo, personagem magistralmente interpretado pelo Chico Anysio nos anos 80.

O Deputado Federal Sérgio Moraes, relator na CPI que investiga o Castelão do interior de Minas Gerais, Edmar Moreira (aliás não sei o por quê de o sujeito não poder ter um Castelo adquirido com o erário público), mandou literalmente a OPINIÃO PÚBLICA SE LIXAR, quando foi inquirido por um repórter sobre a sua manifesta conivência com a história do tal castelo.

Bem. Na minha terra, aliás o dito cujo é de lá, mandar alguém se lixar equivale a: dane-se, ferre-se, f...-se e outras exclamações deste jaez.

Na verdade este representante da vontade popular, mais específicamente do Rio Grande do Sul, mandou eu, voce e o povo brasileiro em geral pra PQP, já que somos a opinião pública.

A partir de tal exclamação os ânimos em Brasília esquentaram e o Deputado em questão correu a explicar o inexplicável, alegando que se sentiu ameaçado pela colocação de um jornalista com relação ao caso do também Deputado Federal Edmar Moreira, o homem do Castelo.

Agora explico eu a questão. O Deputado apenas verbalizou aquilo que há anos já vem acontecendo no meio político nacional.

O povo brazuca ainda é embalado pelo doce sonho de que esta catefla tenha a mais remota intenção de legislar, governar e julgar com equidade.

O Legislador em questão já foi eleito 7 vezes e responde a 8 processos, um deles por envolvimento com prostituição. Um poveco destes ,que eleje um homem desta "marca" (como dizem no sul), tem ou não tem que se lixar?

E continuará assim enquanto não atendermos ao apelo da Marseillaise:Allons enfants de la Patrie.

E o Castelo do Edmar? Talvez seja desapropriado para ser morada do Imperador Adriano (entre lágrimas, abraços e arrepios).

E o Povo? O povo se não tiver pão, que coma brioches.

E o Governo? Cada povo tem o governo que merece.

E então? O Povo que se LIXE.


SOLIDARIEDADE ZERO


Pois é. Neste Blog tenho feito, via de regra, comentários voltados à situação nacional, salvo raras e honrosas exceções. Este tem sido o viés que permeia minhas reflexões aqui.
Hoje, entretanto, quero falar-vos sobre uma coisa que está acabando, se extinguindo mais do que o mico-leão-dourado.
Imaginem um trem metropolitano, nem tão lotado assim pois não era hora de pico, pessoas, algumas distraídas pensando na própria vida, outras também distraídas, pensando na vida alheia, diversas conversando sobre futebol e como o Ronalgordinho anda jogando e por aí à fora.
Eis que repentinamente um senhor aparentando ter uns cinquenta e poucos anos, cambaleia e cai, fulminado por um infarto.
As pessoas surpresas olham para aquele corpo inerte no chão do vagão e cogitam de si para si se aquele indivíduo não estava caindo de bebado.
Ao que se soube depois, uma alma santa ligou para a estação seguinte e pediu uma ambulância de resgate, que por sinal, até onde sei, não havia chegado quando o trem estacionou para desembarque.
As demais pessoas que presenciaram o fato continuaram a pensar na própria vida e na vida alheia e a comentar sobre o futebol do Ronalgordinho, afinal o que representa uma vida, e ainda mais a vida de um desconhecido? Os sete minutos que decorreram entre o infarto do cidadão e a estação de trem onde a princípio receberia atendimento, poderiam representar a diferença entre a vida e a morte. Mas nada disso importa desde que o Ronalgordinho faça gols.
Êta humanidade sô!!!!!