domingo, 16 de agosto de 2009

TRABALHADORES E TRABALHADORAS DO BRASIL!


Algumas vezes ouvimos esta exclamação do título em discursos políticos, com pequenas variações sobre o mesmo tema.

Cabe-nos então definir com clareza e precisão o que é TRABALHO na sociedade CAPITALISTA.

Trabalho é qualquer atividade laboral exercida pelo sujeito ativo, que produza resultados relevantes para si e para o meio onde desenvolve a atividade. Pronto. Eu poderia tecer laudas e laudas sobre o assunto, traçar paralelos, citar pensadores, juristas, mestres e doutores. Mas preferi a concisão ao prolixismo.

Quero nesta matéria discorrer sobre o verdadeiro objetivo do trabalho. Para exemplificar e talvez tornar mais clara a minha definição sobre o assunto, vou contar-vos uma historinha curta, verdadeira e emblemática.

Tenho um amigo, que por sinal desconheço o seu paradeiro atual, muito empreendedor. Ele ja houvera sido proprietário de uma construtora, de uma agencia de corretagem de seguros, planos de saúde e aposentadoria, de uma locadora de automóveis, de uma imobiliária, de uma agência de empregos e de um sem número de outros negócios que nem lembro mais, todos sem um resultado positivo relevante, sendo que o dito cujo vivia numa pindaíba medonha e perene pulando de um galho para outro como macaco bêbado.

Certa ocasião eu conversando com uma das filhas do personagem desta historieta, o assunto resvalou para o tema "trabalho". A moça citou o pai como uma das pessoas "mais trabalhadoras que ela conhecia" posto que ele acordava-se às cinco da manhã e ia dormir, quando dormia, às duas da madrugada dada a carga de atividades que exercia. Quase caí da cadeira com tal blasfêmia. E, com a minha sutileza rinocerôntica, disse à moça: Trabalhador nas horas de lazer e burro em tempo integral. É desnecessário acrescentar que o nosso affair alí nascente, teve morte súbita e instantânea.

Justifiquei a minha posição elaborando a seguinte alegoria: Um sujeito acorda-se às cinco horas da manhã, mune-se de uma picareta e vai para o meio da Avenida Paulista e começa a cavar em busca de Petróleo. Passa o dia neste mister suando em bicas e causando espanto aos transeuntes para dizer o mínimo. A meia-noite volta à casa extenuado e satisfeito por ter trabalhado o dia inteiro e demonstrado a sua força laboral. Dia seguinte mais uma vez lá vai ele satisfeito da vida cavar em busca do ouro negro em plena via pública, onde sabidamente não existe petróleo. Assim ele vai levando a sua vida de trabalhador, esforçada e diligentemente, porém sem resultado algum que não seja o de causar transtorno ao já tão caótico trânsito paulistano.

Para completar o meu arrazoado dirigido a moça, que agora já nutria por mim uma certa antipatia, ofereci uma contrapartida explicativa: Outro sujeito acorda-se às dez da manhã pega uma pá e vai para os Emirados Àrabes e lá no segundo ou terceiro golpe no solo é agraciado com um jato maravilhoso da matéria prima combustível mais cobiçada do mundo. Ato contínuo vende ou arrenda o direito de exploração do recém descoberto poço petrolífero e volta as três da tarde para casa contando os dólares amealhados na transação.

Perguntei então ao meu ex-affair sentado alí na minha frente: "Qual dos dois personagens se assemelha mais ao teu pai?". Ela não respondeu verbalmente. Apenas grunhiu, levantou-se, saiu e eu além de perder a possível e provável namorada, perdi a amiga e paguei a conta.

O conceito moderno de trabalho baseia-se no resultado efetivo. As empresas procuram profissionais que sejam, além de preparados do ponto de vista do conhecimento, sejam também aptos a tomarem decisões e a responsabilizarem-se por elas.

As grandes empresas não precisam mais daquele funcionário à moda antiga, carteirinha profissional exibida com orgulho, com zero por cento de faltas ao trabalho ou atrasos no horário da "pegada". As grandes empresas procuram gestores de resultados que cresçam e façam crescer a companhia, que tenham idéias e que as exponham e as desenvolvam participativamente.

O esforço físico fica para as máquinas.


O ser humano foi desenvolvido para pensar racionalmente. Caso contrário não seríamos mais do que nossos prímos símios.



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